Isso aconteceu quando eu tinha por volta de uns 14 anos e ainda morava na cidade. Minha mãe tinha acabado de se casar com meu padrasto, e ele era enfermeiro no hospital em frente de casa. Na época o hospital funcionava 24 horas, então ele fazia seus turnos à noite, da cinco da tarde as cinco da manhã. Todas as noites antes de dormir eu tomava banho de balde na cozinha, pois como o banheiro era fora da casa, tinha medo de ir até lá durante a noite. Deixava a água do banho dentro de um balde, e sempre no dia seguinte quando acordava, e meu pai já estava em casa, o balde estava sem água, e guardada em seu costumeiro lugar. Pensava que era meu pai que jogava a água fora e me fazia o favor de guardar o balde, até que em uma certa noite escutei uns gemidos de dor na cozinha, levantei-me e fui ver o que estava acontecendo, ao chegar na porta da cozinha, vi subindo do chão dois homens trajados de branco, com uma cruz vermelha pintada no peito, carregando nos braços um homem, fardado e de capacete, sujo de sangue e feridas expostas. Esses dois homens colocaram o homem dentro da bacia e o lavaram bem, e depois pegaram aquela água e colocaram toda dentro do filtro de barro, que usávamos para beber água todos os dias, então eles colocaram a bacia de volta no lugar e sumiram parede a dentro. Nunca mais deixei a água do meu banho dentro de casa.